Há sete anos, a banda Guig Ghetto surgia no bairro do Garcia, em Salvador, liderada pelo cantor Falcão. Hoje, o grupo já é consagrado como um dos melhores do pagode baiano. Do ‘cabelo horrível, no estilo Silvano Salles’, à aceitação do público feminino, o vocalista, Falcão, conta toda a trajetória da banda em entrevista exclusiva ao Correio24horas.
No próximo domingo (20), a Guig lança o seu mais novo DVD, ‘Naturalmente’, durante apresentação no Muquifest, evento que acontece anualmente e reúne os melhores nomes do pagode regional. A gravação, em estúdio, contou com a participação do artista D’Black, em uma das primeiras músicas da banda, ‘Primeiro beijo’, além de contar com a presença do Sampa Crew.
Confira a entrevista com o vocalista da Guig Ghetto:
CORREIO - Vocês fizeram uma turnê pela Europa recentemente, conta pra gente como foi...
Falcão - A gente já tinha ido para Europa no ano passado, mas só tínha se apresentado em Portugal. Esse ano a gente fez oito shows, foram quinze dias. É legal fazer um show fora, não é nada do outro mundo, mas é legal. É bom porque a gente viaja, conhece coisas novas. Eu mesmo chego na cidade e quero logo conhecer tudo.
C - Vocês já estão com alguma outra turnê marcada no exterior?
F - Ainda não está totalmente fechada, mas a próxima turnê sabemos que vai entrar: Espanha, Barcelona, Madrid, Roma, Milão, Alemanha, e talvez Inglaterra.
C - Como é a receptividade dos fãs fora do Brasil?
F - O povo fica emocionado, com saudade do Brasil. Lá fora tem muita gente legal, que vai para trabalhar e acaba ficando por lá. Inclusive, eu conheci uma menina que tinha visto a Guig em 2004, com aquele sucesso da música “Pressão”. Eu tinha 17 anos naquela época, aí ela me falou “Você era tão novinho”, aí eu falei, “Brigado pelo carinho, né!”. Ela praticamente me chamou de velho (risos). Mas é legal, porque a gente percebe que ela sentia falta das coisas da Bahia. Fazer um show fora é suprir a necessidade do brasileiro, eles sentem muita falta daqui.
C - Como é relembrar o início da carreira?
F - Olhar para trás é sempre engraçado. Inclusive têm acontecido algumas homenagens em TV, mostrando fotos e vídeos antigos. Eu acho muita graça, porque eu era mais novo, era mais magro, parecia uma “titela” de tão magro que eu era (risos), usava um cabelo horrível, no estilo Silvano Salles, as pessoas diziam que eu parecia com ele (risos). Quando eu comecei na Guig Ghetto, tinha um propósito de não tocar duplo sentido e coisas pejorativas, daí a gente já encontrou uma barreira, porque a música mais famosa era putão, e se não tocasse a música, não seria bem aceito.
C- Naquela época também existia a comparação com Xanddy?
F- Pois é, ainda tinha essa comparação grande com o Xanddy. Eu era rotulado de primo de Xanddy, irmão de Xanddy, primo de Carla Perez, irmão de Carla, a banda era de Xanddy, era do irmão de Xanddy, mas isso nunca me atingiu pessoalmente, mas profissionalmente tinha aquela coisa de que as pessoas iam achar que a banda era, o que na verdade não era. As pessoas sempre falavam que eu não gostava de Xanddy, e isso nunca existiu. Inclusive eu continuo achando que é o melhor cantor e melhor banda do segmento. Sou fã mesmo, acho ele bem bacana, apesar de não ser o meu ídolo maior, porque eu tenho outros ídolos que me acompanharam a vida inteira.
C - Quais são esses seus ídolos da ‘vida inteira’?
F - Eu sou fã de Carlinhos Brown. Às vezes, quando eu falo dele, as pessoas dizem: “Logo desse cantor que você é fã? Nada a ver com você', mas sou fã mesmo, ele é muito bom. Também sou muito fã do Bell, do Chiclete, do Saulo Fernandes e do Caetano Veloso. Desde pequeno eu também sempre ouvi o Olodum em casa.
C - Tem alguma situação engraçada que você tenha passado nesses sete anos de carreira?
F - Quando eu comecei na banda, não fazia show de calça, porque a calça ‘boca de sino’ estava na moda, e eu não queria seguir essa moda. Só fazia show de bermuda. Até que, um dia, fui fazer um show em São Paulo. Quando eu pisei no palco, 4 graus na cidade, tomei aquele vento nas pernas, meu amigo, na hora eu falei 'ah não! tem que ter show de calça!' (risos). Naquele dia eu pensei, ‘não tenho que ser tão radical’.
C - A partir daí você começou a mudar o seu estilo?
F - Sim. Nessa onda eu deixei o cabelo crescer, fiquei cheio de cachinhos. Hoje eu vejo a coisa grotesca que eu era. Parecia um ‘homem de neandertal’. Horrível! Não era feio não, era horrível mesmo (risos). Depois de um tempo eu resolvi cortar e fiz um moicano. Foi uma ‘febre’ porque todo mundo começou a cortar o cabelo igual ao meu. Depois desse cabelo eu só usava roupa de basquete, depois veio a luva de basebol. Daí eu pensei: ‘Quer saber de uma? Eu vou parar de ficar nessa de tanta mudança, senão eu vou virar o Tchan’ - que já foi da selva, do Havaí, ligado em 320... Então eu comecei a usar o que eu tava a fim. As pessoas têm que gostar de mim pelo que eu sou, pela minha música e pelo meu canto.
C - Como está a aceitação do público com a nova música de trabalho, ‘Vou Levando’?
F - A nova música é super bem vinda, até porque a gente sempre quis gravar com J. Telles. Para quem não conhece, é o cara que fez a música “Toda Boa”, do Psirico. ‘Vou Levando’ tende a dar certo porque ela é bem nesse groove mais lento. Espero que a galera goste!
No próximo domingo (20), a Guig lança o seu mais novo DVD, ‘Naturalmente’, durante apresentação no Muquifest, evento que acontece anualmente e reúne os melhores nomes do pagode regional. A gravação, em estúdio, contou com a participação do artista D’Black, em uma das primeiras músicas da banda, ‘Primeiro beijo’, além de contar com a presença do Sampa Crew.
Confira a entrevista com o vocalista da Guig Ghetto:
CORREIO - Vocês fizeram uma turnê pela Europa recentemente, conta pra gente como foi...
Falcão - A gente já tinha ido para Europa no ano passado, mas só tínha se apresentado em Portugal. Esse ano a gente fez oito shows, foram quinze dias. É legal fazer um show fora, não é nada do outro mundo, mas é legal. É bom porque a gente viaja, conhece coisas novas. Eu mesmo chego na cidade e quero logo conhecer tudo.
C - Vocês já estão com alguma outra turnê marcada no exterior?
F - Ainda não está totalmente fechada, mas a próxima turnê sabemos que vai entrar: Espanha, Barcelona, Madrid, Roma, Milão, Alemanha, e talvez Inglaterra.
C - Como é a receptividade dos fãs fora do Brasil?
F - O povo fica emocionado, com saudade do Brasil. Lá fora tem muita gente legal, que vai para trabalhar e acaba ficando por lá. Inclusive, eu conheci uma menina que tinha visto a Guig em 2004, com aquele sucesso da música “Pressão”. Eu tinha 17 anos naquela época, aí ela me falou “Você era tão novinho”, aí eu falei, “Brigado pelo carinho, né!”. Ela praticamente me chamou de velho (risos). Mas é legal, porque a gente percebe que ela sentia falta das coisas da Bahia. Fazer um show fora é suprir a necessidade do brasileiro, eles sentem muita falta daqui.
C - Como é relembrar o início da carreira?
F - Olhar para trás é sempre engraçado. Inclusive têm acontecido algumas homenagens em TV, mostrando fotos e vídeos antigos. Eu acho muita graça, porque eu era mais novo, era mais magro, parecia uma “titela” de tão magro que eu era (risos), usava um cabelo horrível, no estilo Silvano Salles, as pessoas diziam que eu parecia com ele (risos). Quando eu comecei na Guig Ghetto, tinha um propósito de não tocar duplo sentido e coisas pejorativas, daí a gente já encontrou uma barreira, porque a música mais famosa era putão, e se não tocasse a música, não seria bem aceito.
C- Naquela época também existia a comparação com Xanddy?
F- Pois é, ainda tinha essa comparação grande com o Xanddy. Eu era rotulado de primo de Xanddy, irmão de Xanddy, primo de Carla Perez, irmão de Carla, a banda era de Xanddy, era do irmão de Xanddy, mas isso nunca me atingiu pessoalmente, mas profissionalmente tinha aquela coisa de que as pessoas iam achar que a banda era, o que na verdade não era. As pessoas sempre falavam que eu não gostava de Xanddy, e isso nunca existiu. Inclusive eu continuo achando que é o melhor cantor e melhor banda do segmento. Sou fã mesmo, acho ele bem bacana, apesar de não ser o meu ídolo maior, porque eu tenho outros ídolos que me acompanharam a vida inteira.
C - Quais são esses seus ídolos da ‘vida inteira’?
F - Eu sou fã de Carlinhos Brown. Às vezes, quando eu falo dele, as pessoas dizem: “Logo desse cantor que você é fã? Nada a ver com você', mas sou fã mesmo, ele é muito bom. Também sou muito fã do Bell, do Chiclete, do Saulo Fernandes e do Caetano Veloso. Desde pequeno eu também sempre ouvi o Olodum em casa.
C - Tem alguma situação engraçada que você tenha passado nesses sete anos de carreira?
F - Quando eu comecei na banda, não fazia show de calça, porque a calça ‘boca de sino’ estava na moda, e eu não queria seguir essa moda. Só fazia show de bermuda. Até que, um dia, fui fazer um show em São Paulo. Quando eu pisei no palco, 4 graus na cidade, tomei aquele vento nas pernas, meu amigo, na hora eu falei 'ah não! tem que ter show de calça!' (risos). Naquele dia eu pensei, ‘não tenho que ser tão radical’.
C - A partir daí você começou a mudar o seu estilo?
F - Sim. Nessa onda eu deixei o cabelo crescer, fiquei cheio de cachinhos. Hoje eu vejo a coisa grotesca que eu era. Parecia um ‘homem de neandertal’. Horrível! Não era feio não, era horrível mesmo (risos). Depois de um tempo eu resolvi cortar e fiz um moicano. Foi uma ‘febre’ porque todo mundo começou a cortar o cabelo igual ao meu. Depois desse cabelo eu só usava roupa de basquete, depois veio a luva de basebol. Daí eu pensei: ‘Quer saber de uma? Eu vou parar de ficar nessa de tanta mudança, senão eu vou virar o Tchan’ - que já foi da selva, do Havaí, ligado em 320... Então eu comecei a usar o que eu tava a fim. As pessoas têm que gostar de mim pelo que eu sou, pela minha música e pelo meu canto.
C - Como está a aceitação do público com a nova música de trabalho, ‘Vou Levando’?
F - A nova música é super bem vinda, até porque a gente sempre quis gravar com J. Telles. Para quem não conhece, é o cara que fez a música “Toda Boa”, do Psirico. ‘Vou Levando’ tende a dar certo porque ela é bem nesse groove mais lento. Espero que a galera goste!
Fonte: correio24horas
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